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Ferramentas contra a "birra": O que funciona, afinal?

Ferramentas contra a "birra": O que funciona, afinal?
Kate Amaral
ago. 26 - 4 min de leitura
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Todas as vezes que uma conversa sobre filhos surge, ela acaba, quase que 100% das vezes, no tema “birra”. Resisto muito em entrar no assunto já que ele poderia durar uma vida inteira.

Não gosto da palavra, não gosto do contexto em que ela é usada, e considero o tema muito superficial, quando estamos falando sobre desenvolvimento das crianças.

Além disso, o que mais me desagrada é como a frase “pare de fazer birra” joga para cima de um sistema imaturo toda uma responsabilidade que ele, simplesmente, não tem condições de assumir.

Quando um sentimento aparece, ele gera uma emoção. O que as pessoas comumente chamam de “birra” é exatamente a incapacidade desta criança gerenciar as emoções que ela está experimentando naquele momento.

É possível construir com esta criança o caminho para lidar com isso.
Uma criança age mal quando se sente mal.

 

Qual é o papel do adulto nesse processo? Você topa fazer esse exercício? Vamos apagar a palavra “birra” do nosso vocabulário?

O canto do pensamento como punição:

Você sabia que existem milhares de outras maneiras de se conectar com os seus filhos? Enviá-los para o “canto do pensamento” não faz parte de nenhuma delas.

Hoje em dia as idéias de chineladas, cintadas, reguadas, e tantas outras “adas”, são vistas como uma forma de violência contra a criança. Algumas pessoas ainda defendem por acreditarem ser um “mal” necessário. Mas, como explicar para nossos filhos o amor e a violência caminhando juntos? Foi então, que uma outra estratégia surgiu: o canto do pensamento.

Será que, realmente, funciona? Na maioria dos casos, a experiência dessa prática é, principalmente, o isolamento da criança. Mesmo quando apresentada de forma paciente e amorosa, essa atitude ensina que, quando os filhos cometerem um erro, ou quando tiverem dificuldades, serão privados do convívio com outras pessoas, ou seja, entendem que neste momento de sofrimento emocional, precisam sofrer sozinhos.
Bom, já falamos de um cérebro imaturo, de falta de repertório de gerenciamento de emoções. O que exatamente esperamos desse tal “canto do pensamento”?

Acaba que esse método é uma punição, em que se utiliza uma outra forma de violência: a psicológica. Portanto, os resultados passam a ser os mesmos que qualquer outra punição, inclusive a física.

E agora? Como educar os filhos? Primeiro, precisamos entender que as crianças têm uma profunda necessidade de conexão. Pesquisas demonstram que, em momentos de angústia, elas precisam estar perto e ser apaziguados pelos pais ou quem esteja cuidando deles.

Quando as crianças estão sobrecarregadas emocionalmente, às vezes, se comportam mal. A expressão de uma necessidade ou de um grande sentimento pode resultar em um comportamento agressivo, desrespeitoso ou não cooperativo. O que é, simplesmente, a prova de que as crianças ainda não desenvolveram certas habilidades de autorregulação. O mau comportamento é, muitas vezes, um grito de ajuda para se acalmar e uma tentativa de conexão.

Além disso, o isolamento, geralmente, é ineficaz na realização dos objetivos da disciplina, ou seja, mudar o comportamento e desenvolver as habilidades. Os pais podem pensar que o “cantinho do pensamento” ajuda as crianças a se acalmarem e refletirem a respeito do seu comportamento. Mas, quando as crianças se concentram no sentimento de injustiça e, até mesmo, de raiva, que estão sentindo, elas perdem a oportunidade de desenvolver habilidades de compreensão, empatia e resolução de problema.

 

 


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